quinta-feira, 6 de junho de 2013

Depoimento do incentivo para a leitura

Meu contato com a leitura e a história foi com minha avó pois ela contava lindas histórias, onde eu me encantava e viajava naquelas lindas histórias, que até hoje me recordo com muitas saudade e o incentivo veio dela para a leitura e a escrita, gosto muito de ler , romance e ficção, e interessante pois mergulho na história e viajo na imaginação.

Maria Lucia

A relação entre leitura, escrita e matemática



Meirivânia Alves de Souza
Consideramos de extrema importância relacionar a Leitura, a Escrita e a Matemática, pois quando se fala em Leitura e Produção de textos para os acadêmicos de Matemática há uma reação de espanto e insatisfação como se fosse algo sem interação e dialogo, mas o que devemos observar é que a matemática também é um tipo de linguagem que produz sentidos e interpretações, por isso, objetiva-se apresentar a relação existente e indispensável entre a Leitura, a Escrita e a Matemática.
A metodologia utilizada na pesquisa é a bibliográfica, sustentada pelas Orientações Curriculares de Mato Grosso na área de Ciências da Natureza e Matemática, bem como, por autores como Martins (2002), Marcuschi (2008), D’ambrósio (2009), Micotti (1999), dentre outros.
Compreendemos que, para escrever e falar em diferentes situações comunicativas, precisamos saber ler também os problemas matemáticos que circulam nas diferentes esferas de atuação humana como a comercial, a cotidiana, a publicitária, entre outras.
Assim, necessitamos da leitura e da escrita para dialogar com as proposições matemáticas. Podemos afirmar que, não podemos caminhar sozinhos, não é porque somos acadêmicos de Matemática que devemos ficar longe das diferentes leituras, pois os textos utilizados no processo de ensino e aprendizagem envolvem linguagens que se relacionam: escrita, imagens, gestos, figuras, sons, números, etc.
 Leitura e Interpretação dos Cálculos Matemáticos
A leitura está presente em todos os momentos de nossa vida, assim como na compreensão da Matemática, esta por sua vez, "auxilia na compreensão e interpretação do conhecimento das outras ciências, colaborando em atividades de estimações, medições, comparações, lógica, análise, entre outras, desenvolvendo ideias, representações e estabelecendo relações, no contexto de convivências" (MATO GROSSO, 2010, p. 05).
Para se realizar os cálculos matemáticos devemos fazer a leitura adequada de seus símbolos, precisamos compreender o que cada exercício nos propõe. Nesse sentido, Marcuschi (2008, p. 236) nos diz que, "para compreender bem um texto exige-se habilidade, interação e trabalho”, por isso, a aprendizagem da Matemática está interrelacionada às demais Ciências, por meio de relações dialógicas.
Vasconcelos (2008, p. 2) nos faz uma colocação importante, dizendo que, “a Matemática não é uma ciência cristalizada e imóvel; ela está afetada por uma contínua expansão e revisão dos seus próprios conceitos. Não se deve apresentar a Matemática como uma disciplina fechada, monolítica, abstrata ou desligada da realidade”, por isso devemos considerar essa relação constante da Matemática com a Leitura das demais áreas de estudo que dialogam entre si.
A leitura parece ser a "princesinha da aprendizagem", quando Martins (2002, p.25) nos mostra ser ela "a ponte para o processo educacional eficiente, proporcionando a formação integral do indivíduo”. Assim, consideramos haver uma relação estável e positiva entre leitura, escrita e Matemática, porque é no conjunto destas que se produzem o(s) sentido(s) aos conteúdos ensinados pelos Professores.
Podemos ser bons professores, conhecedores dos conteúdos de matemática, no entanto, devemos ser bem instruídos para ensinar aos nossos alunos a leitura adequada de cada questão, pois precisa haver relações, comparações, exemplificações, dialogo sobre o conteúdo em estudo. Micotti (1999, p. 162) afirma que, “o saber matemático, do ponto de vista didático, permite destacar algumas peculiaridades: seu caráter abstrato; a precisão dos conceitos; o rigor do raciocínio e a especificidade da linguagem”. Não adianta nada ser um gênio da Matemática se quando abrir a boca para mostrar seus conhecimentos evacua-se um monte de coisas sem sentido, nós professores devemos estar preparados para todas as situações que envolvem a linguagem matemática.
Uma educação de qualidade deve atingir vários objetivos, dentre eles a relação de equivalência entre Linguagem e Matemática. D’ambrósio (2009) nos diz que, a linguagem não envolve apenas letras, mas também a quantificação de atributos de objetos para haver a comunicação. Para o autor, "a Matemática é um instrumento importantíssimo para a tomada de decisões, pois apela para a criatividade. Ao mesmo tempo, a Matemática fornece os instrumentos necessários para uma avaliação das consequências da decisão escolhida" (IBIDEM, 2009, p. 05).
A ideia de que a Matemática só tem utilidade prática naquelas profissões que lidam com números encontram-se cada vez mais longe da realidade, porque a Linguagem Matemática está presente em diferentes gêneros textuais/discursivos, assim, as diferentes áreas de conhecimento precisam ter conhecimento sobre a matemática para realizar as leituras necessárias a compreensão de um objeto ou dos objetos de estudo que envolvem as diferentes Ciências. Devemos valorizar a utilização de diferentes informações para,
saber ler e interpretar diferentes textos em diferentes linguagens, saber analisar e interpretar informações, fatos e ideias, ser capaz de coletar e organizar informações, além de estabelecer relações, formular perguntas e poder buscar, selecionar e mobilizar informações, que são habilidades básicas do ser humano (DINIZ, 2011, 12).
No ensino da Matemática, os professores se utilizam de muitos gráficos, figuras e símbolos, os quais devemos lê-los de maneira correta para haver a aprendizagem do aluno. Desta maneira, é possível visualizar um símbolo e achar que ele é algo totalmente diferente do que realmente se mostra, este equivoco é justificado pela falta de leitura e de prática da escrita que considera as práticas de interação humana, os contextos sócio-históricos e culturais e a forma como as coisas acontecem no cotidiano.
Diante disso, devemos estar cientes que devemos ensinar a matemática por meio da motivação, do interesse, da curiosidade do espírito investigativo do estudante, por meio do qual propiciamos "o uso dos conhecimentos matemáticos na compreensão da realidade e capacidade de resolver problemas no seu cotidiano" (MATO GROSSO, 2010, p. 06).
Diante do exposto, consideramos que não há distinção entre a Matemática, a Leitura e a Escrita, pois estão totalmente interrelacionadas. Portanto, os professores devem levar para a sala de aula essa dependência que uma disciplina tem da outra, não é porque sou um professor de Matemática que não vou levar textos para meus alunos lerem, ou então porque sou uma professora de Produção de Textos e Leitura que a Matemática deve passar bem longe das minhas aulas. Essas ideias devem ser desconsideradas, temos que fazer a apresentação desses conteúdos em conjunto, para que não ocorra a perda de nenhum conhecimento articulado às diferentes áreas do conhecimento.
Referências Bibliográficas
MARCUSCHI, Luiz Antônio. A Produção Textual, Análise de Gêneros e Compreensão, Parábola Editorial, 2008 (p. 228 a 281).
MARTINS, Maria Helena. O que é Leitura. São Paulo: Brasiliense, 2005.
MATO GROSSO. Orientações Curriculares: Área de Ciências da Natureza e Matemática. Cuiabá-MT: SEDUC, 2010.
MICOTTI, Maria Cecília de Oliveira. O Ensino e as Propostas Pedagógicas. In.: BICUDO, Maria Aparecida Viggiani. Pesquisa em Educação Matemática: Concepções e Perspectivas. São Paulo: Editora UNESP, 1999, (p. 153 a 157).
VASCONCELOS, Cláudia Cristina. Ensino-Aprendizagem da Matemática: Velhos problemas, Novos desafios. Acesso: 25/02/2008.
D’AMBROSIO, Ubiratan. Teleconferência no programa PEC – Formação Universitária, patrocinada pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, 27 de Julho de 2002. Artigo retirado do site: HTTP://vello.sites.uol.com.br/aprendida.htm. Acesso: 26/02/2009.
DINIZ, Maria Ignez. Coordenadora do Mathema. Matemática e Leitura. http://www.mathema.com.br. Acesso: 03/05/2011.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Depoimento

       Momento de recordação com a leitura.

          Me recordo do período da 5º série, onde a professora trabalhava leitura não só a de livro ou contos, mas transformava essas histórias em teatro, quando me recordei desses momentos me deu ate um aperto no coração, era um dos momentos mais gostosos, onde formávamos grupos, liamos a história dividia os autores, decorava as falas, montava o cenário e tudo mais que tivesse direito, ah eu adorava! Por que eu gostava tanto, e senti um aperto no coração? Assim como alguns comentário que li, essa foi a unica professora que tive na vida que tornou a leitura "chata"(pois não nego, nunca gostei muito de ler, acho que por isso que gosto tanto de matemática rs), em uma leitura divertida e coletiva. Um outro momento que me recordo dessa mesma professora, era um caderninho que todos os alunos tinham, "caderninho de resumo" onde toda semana iamos a biblioteca escolhíamos um livro de nosso gosto, mostrávamos para professora ela anotava o titulo e o autor, ai nós liamos o livro e depois nesse caderninho fazíamos um "resumo", contávamos a história que lemos, e no final da semana ela levava o caderninho para casa dela, para ler e na semana seguinte trazia de volta com os comentários dela. Foi esse o único momento em minha vida que recordo da leitura e escrita, depois disso nunca mais tive nenhuma atividade parecida com essa, ou um pedido de leitura. Hoje acho que se tivesse tido mais incentivo, teria mais interesse em leitura, hábito que não tenho apesar de saber o quanto a leitura e escrita é importante em nossas vidas! Bom essa não foi meu primeiro contato com a leitura(na verdade não lembro qual foi),mas foi o momento que me marcou. Essa é minha recordação do meu contato com a leitura e a escrita.
Vanessa Fernanda Esteves

terça-feira, 4 de junho de 2013

HISTÓRIA EM QUADRINHOS NO ENSINO APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA

Podemos definir a história em quadrinhos como uma seqüência de imagens, dentro de quadros, retratando pequenas histórias, acompanhadas por balões representando diálogos de personagens, de modo a favorecer a sua compreensão. A História em Quadrinhos, como gênero literário, nasceu no final do século XIX pelas mãos do artista americano Richard F. Outcault, que desenhava seqüências de imagens retratando pequenas histórias e balões representando diálogos de personagens em uma coluna de jornal (Feijó, 1997). As histórias em quadrinhos usam uma linguagem próxima da língua falada, contendo gírias, expressões regionalizadas e neologismos que, geralmente, aproxima-se da linguagem cotidiana, informal, podendo apresentar algumas marcas típicas da oralidade, aliada à seqüência de imagens e incentivando o processo de leitura e escrita.
O contexto educacional que vivemos retrata a falta de interesse dos jovens pela leitura, principalmente de textos que envolvem conhecimentos matemáticos. No entanto, podemos perceber o interesse deles pelas histórias em quadrinhos, pois além da linguagem materna, outros fatores de grande atrativo para os jovens leitores são utilizados, como as ilustrações e a linguagem figural. De acordo com um artigo de Serpa e Alencar sobre histórias em quadrinhos em sala de aula, publicado em 1988, na revista Nova Escola, constatou-se, após uma pesquisa sobre hábitos de leitura dos alunos, que todos gostavam mais de ler quadrinhos do que qualquer outro tipo de publicação. Essa pesquisa confirmou o que todo professor conhece na prática em sala de aula: as histórias em quadrinhos seduzem os leitores, proporcionando uma leitura prazerosa e espontânea.
Os quadrinhos vêm ao encontro da necessidade da educação, a fim de motivar os alunos para a leitura e o aprendizado da matemática, despertando o interesse, seduzindo sua imaginação e ampliando os horizontes de conhecimento da criança. A história em quadrinhos influencia a estrutura mental da criança de maneira diferente da que ocorre com os conhecimentos mecânicos, formais e fragmentados, aos quais as crianças são apresentadas e que são desvinculados da realidade delas. As histórias aumentam a motivação dos estudantes, pois, em geral, eles as recebem de forma entusiasmada, motivando-os à participação ativa nas aulas, facilitando o entendimento dos conteúdos abordados, aguçando a curiosidade e desafiando o senso crítico. Elas estimulam a imaginação e a criatividade e, fundamentalmente, despertam o interesse pela leitura e escrita, contribuindo para a produção de textos, além de desenvolver temas importantes como respeito, ética, valores,  e deixar clara a importância da matemática nas questões do dia-a-dia para uma aprendizagem significativa.
As palavras e imagens, juntas, ensinam de forma mais eficiente, pois a interligação do texto com a imagem, existente nas histórias em quadrinhos, amplia a compreensão de conceitos de uma forma que qualquer um dos códigos, isoladamente, teria dificuldades para atingir. A imagem deve ser vista como parte integrante do processo de significação por auxiliar o aluno a compreender o texto, pois a criança não lê apenas as palavras em um livro, mas “lê”, ou atribui sentido, também considerando as ilustrações, bem como o contexto social em que a leitura se dá.
Levando em questão essas observações e considerando importante aproximar o ensino da matemática ao ensino da língua materna, acreditamos ser desafiante e lúdico para os alunos pensarem sobre algumas noções matemáticas a partir das Histórias em Quadrinhos, além de representar uma transformação no ensino tradicional da disciplina. Assim sendo, as histórias em quadrinhos deixam de ser vistas somente como instrumento de diversão e passam a integrar o material pedagógico de escolas, não apenas de educação infantil, mas também de jovens e adultos, auxiliando no processo de ensino aprendizagem dos mais diversos conteúdos, como Geografia, Matemática, Português e História.
  •  Então, para iniciar o trabalho da história em quadrinhos nas aulas de matemática, sugerimos que primeiramente o professor contextualize a origem das histórias em quadrinhos e sua evolução através dos tempos, no intuito de instigar os alunos e conquistá-los para a realização das atividades a serem propostas.
  •  Em uma segunda etapa, o professor pode propor uma visita à biblioteca pelos alunos para que estes possam escolher histórias em quadrinhos que preferir, aproveitando a oportunidade para ler as histórias e listar as suas características como: linguagem, personagens, tipos de balões, onomatopéias, cenários, dentre outras.
  • Na terceira parte, o professor poderia selecionar histórias em quadrinhos que possibilitassem trabalhar conceitos matemáticos e elaborar questões para serem respondidas baseadas na história dada.
  • A quarta atividade poderia ser a utilização de papel vegetal ou outro qualquer na confecção de histórias em quadrinhospelas crianças, que trabalhem conteúdos matemáticos, de modo a explorar a sua criatividade sem a necessidade de recursos sofisticados.
  • Na quinta atividade o professor deve levar o aluno para trabalhar no laborátorio de informática, com o objetivo de criar a sua história em quadrinhos envolvendo conceitos matemáticos, utilizando para isso o recurso de construção de histórias no site da máquina de quadrinhos da turma da Mônica em www.maquinadequadrinhos.com.br . Esse site é um recurso fácil de utilizar, bastantando para isso que se cadastre.
  Veja, como exemplo, uma história em quadrinhos construída por nós, sobre números inteiros no dia-a-dia: Turma da Mônica em: Números inteiros no dia-a-dia
  • Na última atividade, o professor pode publicar, em forma de revistinha,  as histórias em quadrinhos que os alunos criaram no site e também pedir que dramatizem as que forem mais adequadas para encenação.
Post baseado em:
O processo de leitura e escrita: Um estudo comparativo entre Kleiman e Matêncio

Por: JOSÉ MARCOS ROSENDO DE SOUZA
RESUMO
Atualmente, os alunos tanto do Ensino Fundamental quanto do Ensino Médio, têm apresentado cada vez mais dificuldades nos processos de leitura e escrita, isto deve-se ao fato de que eles apresentam um alto grau de desmotivação, e também devido estarem inseridos em uma sociedade em que predomina a tecnologia. Mas, principalmente, porque o professor trabalha este aspecto de modo a reproduzir decodificar e avaliar os conhecimentos dos alunos conforme lhe fora transmitido, desconsiderando a atividade crítica, cognitiva e interacional. Neste sentido, a presente pesquisa visa discutir uma reflexão sobre as dificuldades dos alunos no que diz respeito a prática de leitura e escrita, e assim compreender as concepções a cerca dos processos de leitura e escrita segundo as autoras Kleiman (2000) e Matêncio (1994), cujo o objetivo é conscientizar os educadores sobre sua prática de ensino e incentivar a adotarem uma metodologia centrada em uma abordagem interacionista que leve em consideração não só o seu conhecimento, mas o conhecimento de mundo do próprio aluno.
Palavras-chave: Processo, leitura, escrita
Leitura é um fator importante na educação escolar, porque constitui um instrumento necessário para a realização de novas aprendizagens, no entanto, seu conceito tem sido compreendido tradicionalmente como um ato mecânico de decodificação de palavras. Sendo assim, a leitura deveria ser vista como um processo de ensino/aprendizagem que vai além de um simples ato de decodificar, pois envolve uma complexidade e exige sacrifício, é também descobrir e descobrir-se.
Conhecer as suas concepções é fundamental para que o educador possa refletir seriamente sobre a importância que ela tem para o educando como processo de ensino/aprendizagem. Assim, em uma sociedade em que prevalece a tecnologia e a transmissão de cultura, o educador precisa conhecer as estrategias de leitura e procurar desenvolver no educando o domínio dessas estratégias, possibilitando, desta forma, uma leitura significativa e principalmente a função que ela exerce tanto dentro como fora do ambiente escolar. Por isso, deve-se levar em conta que escola e sociedade estejam comprometidas com a leitura, com a formação de leitores para toda a vida.
Diante do exposto a presente pesquisa abordará o processo de leitura e escrita, através de uma abordagem comparativa segundo os estudos de Kleiman (2000) e Matêncio (1994).
Focalizando o estudo de Matêncio (1994) sobre o processo de Leitura e Escrita: Natureza e Desenvolvimento do Processo, analogicamente com o estudo de Kleiman (2000) a respeito da Concepção Escolar da Leitura, ambos visam discutir e promover uma reflexão sobre as dificuldades presentes nos alunos, devido a uma prática escolar não adequada ao processo de desenvolvimento da leitura e da escrita e, consequentemente não favorecendo o avanço do conhecimento do aluno, o que, provavelmente tende a aumentar as dificuldades no processo ensino/aprendizagem.
Com o estudo de Matêncio (1994) percebe-se que um dos problemas mais frequentes nos alunos relaciona-se à escrita e à leitura que, por sua vez representam parte das dificuldades que os mesmos apresentam em uma sociedade, na qual os indivíduos necessitam tanto compreender o sentido da leitura e da.
A autora define que o problema do ensino/aprendizagem está voltado para a associação das letras com a diversidade de símbolos que o aluno deverá reconhecer e com a maneira pela qual está sendo trabalhada em sala de aula, pois a noção que se transmite é que as letras definem-se por símbolos representativos dos sons e da fala e, portanto, a escrita originou-se por meio da oralidade, mas, de fato, a autora atenta a concepção da escrita de que, apesar dela estabelecer uma relação com a fala, a mesma tem uma proximidade ainda maior com os símbolos humanos que, por sua vez antecedem a fala, apresentando diversas funções em um meio social em que o aluno deverá desenvolver através do seu conhecimento cognitivo e procurar decodificar esses símbolos e compreender a informação que transmitem.
Sendo assim, torna-se perceptível que uma “falsa” abordagem em relação a escrita, traz à tona dificuldades ao se trabalhá-la na escola, visto que o próprio processo de escrita e leitura, não podem ser separados e, uma precede a outra.
Logo, esse conceito adotado em sala de aula promove, de certa forma, um desinteresse pela leitura nos alunos, resultando ainda mais em uma precariedade do letramento tanto no âmbito escolar quanto na vida social. Kleiman (1994) expõe esse aspecto que torna-se uma rotina no decorrer da vida escolar dos indivíduos, enfraquecendo o relacionamento dos mesmos com o universo da leitura e consequentemente interferindo no processo ensino/aprendizagem.
Por conseguinte, torna-se necessário ratificar que no contexto escolar, o que se percebe, são alunos desmotivados, sem interesse pelo ato de ler, limitando-se a serem apenas meros decodificares de letras, especificamente leitores passivos.
Para tanto, segundo as concepções das autoras, elas concordam que uma das razões que tem contribuído para esse fracasso, relaciona-se ao fato de que esta assume o papel, apenas de ser trabalhada como método avaliativo, isto é, a leitura torna-se avaliação com a função de verificar se o aluno ler bem, se apresenta alguma dificuldade em determinadas palavras, limitando o conhecimento dos alunos à gramática, verificação de nomenclaturas, concordância, ou seja, desmerecendo o sentido que pode ser dado ao texto a partir de seu conhecimento cognitivo, e pelo próprio texto.
Kleiman (2000, p. 107) apud Gomes & Souza (2010, p. 5) apresenta três concepções que a escola tem de leitura:
·         A leitura como decodificação, na qual as atividades se restringem ao reconhecimento de palavras idênticas no texto, nas perguntas ou comentários;
·         A leitura como avaliação, em que essa deve ser feita em voz alta para verificar se a pontuação e a pronúncia estão corretas ou por meio de resumos, relatórios, preenchimento de fichas;
·         A interação numa concepção autoritária de leitura, que pressupõe existir somente um meio de abordar o texto, e uma interpretação a ser dada.
Ainda segundo Kleiman (2000), esta prática tem desmotivado o interesse do aluno pela leitura, pois os deixa inibidos, principalmente se for feita em voz alta, avaliando também o domínio da língua padrão, com isso o aluno fica ressentido e acaba perdendo o gosto pelo ato de ler. Portanto, ele compreende que a leitura é uma atividade, pela qual serão avaliados mediante este aspecto e não como um exercício que deveria proporcionar prazer, conhecimento e proporcionar a construção de um pensamento crítico.
Concordando com esta asserção, Suassuna (1995) apud Gomes & Souza (2010, p. 4) afirma que
[…] quando o aluno [ler] sem prazer sem o exercício da crítica, sem imaginação, quando não faz da leitura uma descoberta, um ato de conhecimento, quando somente reproduz, nos exercícios a palavra lida do outro, consequentemente não poderá intervir sobre aquilo que historicamente está posto. Portanto, deve-se formar leitores capazes de ler criticamente, aptos para interferir na realidade em que estão inseridos.
Outro aspecto que as autoras destacam em relação a escrita e a leitura relaciona-se a dificuldade de compreensão e de interpretação das palavras. Isso deve-se ao método de aplicação dos textos limita-se unicamente a retirada de informações superficiais, não permite a interação do leitor com o texto, favorecendo a participação em diálogos, debates, opiniões, possibilitando a construção de novos conhecimentos. Mediante asserção, o processo de leitura favoreceria não só a decodificação de palavras, mas, a partir desde buscaria novos sentidos reconstruindo o próprio texto.
Kleiman (2000) propõe o seguinte critério para a solução desse empasse que seria de passar para o aluno uma quantidade maior de atividades em torno dos textos que já foram lidos por eles, a fim de que o mesmo desenvolva seus conhecimentos com as informações que obteve com a leitura dos textos e relacionar com o conhecimento prévio de mundo.
Confrontando Kleiman (2000) e Matêncio (1994) torna-se perceptível que elas concordam em relação as concepções sobre o método, pois a leitura é trabalhada como papel fundamental de uma atividade voltada para o ensino gramatical. Tendo em vista, que esse também se encontra nos livros didáticos, os quais são utilizados apenas como meio reprodutor de informação e conhecimento, excluindo o conhecimentos dos alunos, tornando-se um ato de imposição, sem compreensão.
Com efeito, Kleiman (2000) e Matêncio (1994) propõem alternativas no que diz respeito a concepção de leitura , a qual propõe-se que a leitura seja trabalhada de diversas maneiras, tendo em vista que mostrar que um texto pode apresentar diversas maneiras de ser trabalhado e com funções diversificadas, dando ao aluno a oportunidade de interagir não só com os colegas mas com o próprio texto, levando-o a questionar-se em relação as intenções do autor em abordar esse tema, levantar hipóteses, ter um posicionamento positivo ou negativo, dentre outros aspectos.
Sendo assim, nesta perspectiva Freire (1986, p. 22) afirma que […] “ler não é só caminhar sobre as palavras, e também não é voar sobre as palavras. Ler é reescrever o que estamos lendo. É descobrir a conexão do texto, e também como vincular o texto/ contexto com meu contexto, o contexto do leitor”.
Neste sentido, a prática em sala de aula contribui de forma significativa para o desenvolvimento desse processo, no entanto o que se percebe, é uma prática defasada, limitada, sem maiores envolvimentos dos fatores do processo de ensino aprendizagem: professor/aluno.
Segundo essa prática Kleiman (2000, p. 24) afirma que
A prática de sala de aula, não apenas da aula de leitura, não propicia a interação entre professor e aluno. Em vez de um discurso que é construído conjuntamente por professores e alunos, temos primeiro uma leitura silenciosa ou em voz alto do texto, e depois, uma série de pontos a serem discutidos, por meio de perguntas sobre o texto, que não leva em conta se o aluno de fato o compreendeu. Trata-se, na maioria dos casos, de um monólogo do professor para os alunos escutarem. Nesse monólogo o professor tipicamente transmite para os alunos uma versão, que passa ser a versão autorizada do texto.
De fato, a leitura é um processo em que o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto. Por isso, cabe ao professor utilizar uma metodologia de ensino mais eficiente e que esteja de acordo com as necessidades do aluno, em que é preciso apoiar-se em diferentes estratégias.
Desse modo, Matêncio (1994) atenta para se trabalhar a leitura em um sentido de construir significados e não somente buscar significados, o que de fato ocorre nas escolas, através de atividades de leitura em que a participação do aluno seja fundamental, observando o grau de dificuldade tanto gramatical quanto a compreensão que eles apresentam, pois dessa forma haverá o aprimoramento do conhecimento cognitivo e linguístico. Portanto, torna-se relevante de forma clara a ampla variedade de informações que o texto pode proporcionar através de uma leitura significativa e proveitosa sem dispensar a participação do leitor.
Enfim, é fundamental que a leitura e a escrita possam oferecer ao aluno a possibilidade de descobrir caminhos à aprendizagem significativa, de forma que, o mesmo interprete, divirta-se, sistematize, confronte, documente, informe, oriente-se e reivindique trazendo assim conhecimento em benefício de formas de expressão e comunicação possíveis, reconhecidas, necessárias e legítimas em um determinado contexto cultural.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREIRE, Paulo & SHOR, Ira. Medo e Ousadia: o cotidiano do professor. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.
GOMES, F. F. L. & SOUZA, J. M. R. Os caminhos para o ensino produtivo de língua portuguesa. V Semana de Letras – Linguagem e entrechoques culturais. Língua, literatura e cultura brasileira. Catolé do Rocha – PB. 2010.
KLEIMAN, Ângela. A concepção escolar da leitura. In: Oficina de leitura. Teoria e Prática. 7ª ed. Campinas: Pontes, 2000.
MATÊNCIO, Maria de Lourdes Meirelles. Escrita e leitura: natureza do processo. In: Leitura, produção de textos e escola. Reflexões sobre o processo de letramento. Campinas: Mercado de Letras, 1994.
Colaboradores
Maria das Graças Pereira de Araújo

Jucenária Azevedo Dias